quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Transição

1 Reis 1:35 "Então subireis após ele, e virá e se assentará no meu trono, e ele reinará em meu lugar; porque tenho ordenado que ele seja guia sobre Israel e sobre Judá."

Com estas palavras Davi indica Salomão para assumir seu lugar como rei de Israel. Davi havia sido muito bem sucedido em seu reinado. Apesar de alguns deslizes morais, um problema familiar grave e uma tentativa de golpe por parte de um filho, Davi gozava de bastante popularidade e expandiu de maneira significativa o território de Israel. No entanto ele já estava velho e precisava indicar seu sucessor. Adonias, seu filho, começou a preparar o caminho para ser ele o escolhido, porém Davi já havia escolhido Salomão  um filho jovem, nascido de uma falha moral de Davi, em suma o menos indicado humanamente para o cargo. Davi estava seguro em sua decisão, pois ele também havia sido escolhido rei a despeito das hierarquias de idade que existiam em Israel.

Em um ambiente turbulento, Salomão precisaria fazer a transição de governo, inicialmente na sombra e na popularidade de seu pai, mas com a necessidade de encontrar seu próprio caminho. No entanto, como podemos ler na sequência de reis, ele se considerava incapaz de cumprir a missão e em seu primeiro encontro com Deus pede sabedoria para governar o povo, no que é prontamente atendido por Deus. Ele foi considerado o rei mais sábio que Israel teve e com consequência de sua decisão granjeou riqueza e expandiu os domínios de Israel como nenhum outro, desfrutando de paz o que seu pai nunca conseguiu. Salomão conseguiu ser muito bem sucedido na missão de sair da sombra de Davi e pavimentou seu próprio caminho.

Uma transição nunca é fácil, seja em uma empresa  seja em uma igreja. Lideres que saem, seja qual for o motivo, deixam um missão complicada para seus sucessores. É necessário ter muita sabedoria a fim de não destruir o trabalho anterior e ao mesmo tempo não se tornar um mero administrador do que foi feito. Um líder novo precisa trabalhar seriamente a fim de conseguir fazer o seu grupo avançar. Trabalho em uma empresa com o costume de trocar suas lideranças em uma média de 3 anos. A transição é sempre complicada, no entanto  depois de passado o choque inicial somos capazes de perceber novas idéias, novas formas de fazer, desfazendo qualquer tipo de acomodação e gerando novos resultados. Não sou contra lideranças de longo tempo, mas estas precisam se reinventar ano após ano e com certeza precisarão ser substituídas quando da morte ou da aposentadoria desse líder. A igreja precisa permanecer e avançar.

Nossas igrejas foram muito machucadas com transições mal feitas. Falhas humanas, com certeza, no desafio de colocar o líder certo no lugar certo. Muitas inimizades são criadas nesses períodos, no entanto transições não precisam ser dolorosas. A criação de lideranças locais ajuda muito nesse processo, tendo sempre um substituto pronto para qualquer emergência, assim cabe a igreja investir nos seus jovens a fim de sempre garantir a renovação da liderança em mudanças suaves e não traumáticas. Que nossas igrejas sejam sábias a fim de nunca destruírem uma congregação na mudança de sua liderança.


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